Temer pede pacificação e diz que decisão é vitória do estado de direito

Presidente Michel Temer durante pronunciamento após a plenário da Câmara barrar denúncia de corrupção
O presidente Michel Temer fez na noite desta quarta-feira (2) um apelo pela conciliação nacional e disse que a decisão de barrar denúncia contra ele por corrupção passiva é “uma conquista do estado de direito”.
Em pronunciamento, o peemedebista afirmou que o plenário se manifestou de forma “clara”, “eloquente” e “incontestável” e disse que os princípios do direito “venceram com votos acima da maioria absoluta”.
A base do governo barrou denúncia contra o presidente com um placar de 263 contra 227. O placar foi um pouco superior ao que era esperado pelo Palácio do Planalto, que era de 250.
“A decisão soberana do parlamento não é uma vitória pessoal de quem quer que seja, mas é uma conquista do estado de direito, da força das instituições e da Constituição Federal”, disse.
Segundo ele, com o resultado, é hora de “acabar com os muros” que separam os brasileiros, construindo um país “pacificado”, “sem ódio ou rancor”.
“O nosso destino inexorável é ser uma grande nação. É preciso acabar com os muros que nos separam e nos tornam menores”, disse.
O presidente também se comprometeu a dar prosseguimento às reformas previdenciária e tributária e disse que seguirá com o objetivo de tirar o país da crise econômica.
Com a denúncia barrada, Temer cobrará agora fidelidade dos partidos governistas e irá retaliar deputados infiéis, exonerando indicados deles em cargos de segundo e terceiro escalões.
O peemedebista deve convocar as bancadas governistas para encontros a partir da semana que vem para cobrar a fatura pelas emendas parlamentares liberadas e pelos postos ocupados por elas na máquina pública.
As trocas serão baseadas no placar da denúncia e serão feitas pela postura individual de cada parlamentar, não pelo posicionamento partidário. Os primeiros que devem ser chamados são parlamentares do PSDB, PSB e PP.
Na Esplanada dos Ministérios, o peemedebista quer manter, pelo menos por enquanto, a configuração atual, com a permanência de ministros do PSDB e PSB.
Em conversas reservadas, ele tem dito que a fidelidade dos ministros, que reassumiram mandatos parlamentares para votar contra a denúncia,”será recompensada”.
O presidente avaliou como traições, por exemplo, os votos de Carlos Gomes (PRB-RS), Fernando Franceschini (SD-PR) e Esperidião Amin (PP-SC).
A ausência de Osmar Serraglio (PMDB-PR), ex-ministro da Justiça, foi vista como sentimento de mágoa em relação ao presidente.

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