Temer já tem quase todos os nomes para o ministério de possível governo.

TEMER E RENAN.BRASÍLIA – O vice-presidente Michel Temer já escolheu quase todos os nomes do ministério para o possível governo dele. Interminável entra e sai no Palácio do Jaburu. O vice-presidente Michel Temer seguiu a rotina de conversas com empresários, parlamentares, futuros ministros de seu possível governo.
À tarde, esteve com Renan Calheiros. Um gesto de aproximação com quem sempre esteve de outro lado mesmo dentro do mesmo partido. Foi dizer, pessoalmente, da importância de ter o Senado presidido por Renan, de ter o PMDB unido. E de saber que é Renan quem vai liderar o processo de votação de medidas para enfrentamento da crise econômica.
Na saída, o senador Romero Jucá, escolhido de Temer para o Planejamento, disse que a redução da meta fiscal é o primeiro passo.
“Disse é que existe uma data limite para se ajustar um limite de superávit ou de déficit. O governo, equivocadamente, no início do ano propôs um superávit, sabia que não ia assumir, que não ia ter condições de entregar. Agora reconheceu a verdade. E alguns dias atrás encaminhou para a Comissão de Orçamento e para o Congressos uma a mudança da meta de superávit para déficit de R$ 96 bilhões. Esse déficit, se não for definido até o dia 22, implicará uma série paralisações do governo que não queremos. É importante votar essa proposição. E a partir daí vamos discutir para verificar se esse número é compatível”, disse Jucá.
E falta pouco para concluir o desenho do ministério de Temer. Enxuto, como decidiu no fim das contas.
Já estão definidos:
Fazenda, Henrique Meirelles;
Planejamento, Romero Jucá, investigado na Lava Lato;
Casa Civil, Eliseu Padilha;
Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima;
Agricultura, Blairo Maggi;
Transportes, Maurício Quintella;
Saúde, Ricardo Barros;
Ministério Social, Osmar Terra;
Ministério da Educação e Cultura, Mendonça Filho;
Relações Exteriores, José Serra;
Cidades, Bruno Araújo;
Ciência e Tecnologia vai incorporar o Ministério das Comunicações,Gilberto Kassab.
Ministério de Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, secretário de Segurança Pública de São Paulo, é o mais cotado.
Ainda não estão fechados Turismo; Esporte; Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Integração; Minas e Energia; e Defesa.
O fim do status de ministro para o presidente do Banco Central foi criticado pelo mercado financeiro porque deixa o cargo sem o foro privilegiado.
Se for consumado o afastamento da presidente Dilma Rousseff, Michel Temer assume logo após a notificação. Ato contínuo, nomeia seus ministros, sob a ordem de cortes de boa parte dos cargos comissionados.
O discurso inaugural desse possível governo está sendo escrito sob a orientação de Henrique Meirelles. Deverá ser uma fala que pontue “um novo tempo”. E já serão apresentadas as primeiras medidas para o enfrentamento da crise econômica que dependem de aprovação do Congresso. Entre elas, o teto para dívida pública; desburocratização dos processos de concessões e investimentos em infraestrutura; e a redução do tamanho do estado.
Repórter: Dá para ter um estado enxuto e apoio no Congresso suficiente para a aprovação dessas medidas difíceis?
Geddel: Isso não é um desejo do governo, é uma exigência da sociedade.  Vai fechar essa conta porque o Brasil quer austeridade, exemplo, determinação, um governo que sinalize que podemos construir uma saída clara para essa crise angustiante que estamos vivendo”, disse Geddel.

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