BOM JARDIM – A
prefeita de Bom Jardim, Lidiane Leite (PP) desviou mais de R$ 900 mil
reais de merenda escolar da cidade de Bom Jardim, a 275 Km da capital,
segundo a Polícia Federal. A revelação foi feita por agentes da Polícia
Federal, em uma coletiva de imprensa, no
auditório da PF.
Segundo o chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal do Maranhão, Ronildo Lages, a prefeitura usava agricultores no esquema de desvio de recursos. Ela fazia com que os agricultores leigos e semianalfabetos de extrema pobreza sacassem os valores e repassassem para ela em espécie. O valor repassado varia entre R$ 900 mil e R$ 1 milhão.
Os delegados informaram que os seis mandados de busca e apreensão foram expedidos no dia 6 de agosto, para ser executado no início de setembro, mas resolveram antecipar. Desconfiados, alguns acusados, que estavam sob investigação de 18 policiais federais, conseguiram empreender fuga.
O alvo principal da polícia é a prefeita Lidiane Leite (PP), que ainda está foragida. O ex-marido da prefeita foi preso na manhã de hoje, tentando fugir.
“Beto Rocha foi preso em um posto de gasolina, na cidade de Itapecuru, quando tentava fugir para São Luís. Os demais foram presos ainda na cidade, já a prefeita estava ontem, na cidade de Bom Jardim, não dormiu em casa e conseguiu fugir na madrugada. A cada dia ela dormia em um local diferente para dificultar o trabalho da polícia”, disse Ronildo Lages.
Foram presos, ainda, os ex-secretários de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, o de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, Antônio Cesarino, também presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Bom Jardim (STTR).
Todos são suspeitos por desvios de verbas de merenda escolar, de reforma de escolas, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Crianças estavam sendo dispensadas das escolas antes do horário por falta de merenda.
De acordo com o superintendente da Polícia Federal, a ação da polícia é para mudar a história do Estado contra os desvios de verbas da educação e merenda escolar. “Precisamos mudar essa história principalmente na área da educação, os recursos chegam, mas não são investidos em milhares de crianças em extrema pobreza e semianalfabetas”, disse Alexandre Saraiva.
Ainda segundo o delegado, o ex-marido da prefeita, era quem providenciava as assinaturas e contratos. “Ele providenciava quase tudo, desde os contratos as assinaturas de pessoas leigas e semianalfabetas em extrema pobreza, ele articulava todo o financeiro da fraude. A prefeita tinha ciência de tudo, chegou a ser divulgado, foi avisada por vereadores da oposição, mas não tomava nenhuma decisão”, disse Ronildo Lages.
Os delegados ainda afirmaram que mais agricultores podem ser presos por assinarem contratos com a prefeitura.
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) e Ministério Público Federal (MPF) já investigavam as irregularidades. Já a policial Federal continua nas buscas da prefeita e demais envolvidos.
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